Lembro como se fosse hoje, o meu primeiro dia no pré, para mim tudo aquilo era estranho, pela primeira vez entrando pela porta do colégio, e vendo o tanto de criança no pátio, não entendia o que estava acontecendo. Escutava os professores chamando todos os meus futuro colegas para sala, era gritaria para um lado e corre-corre por outro lado, me senti conectada com tudo aquilo, me acostumei dia-a-dia no pré, amava as musiquinhas que cantávamos, na hora da aula, e principalmente na hora do lanche. Se sinto falta daquilo? Claro que sinto, me sentia viva, me sentia livre, sem problemas, sem nada para preocupar.
Em torno da minha cabeça, vem todas as memórias, vem as brincadeiras, a que eu mais gostava, é de acreditar, que um dia iria ter o meu príncipe encantado, tudo era tão real em minha fantasia.
As vezes o que eu gostava mais, era me sujar, não importa se a roupa era nova, o legal era me sentir feliz.
Ser criança é a fase que eu mais gostava, brincar de boneca, ou de casinha, brincar de esconde-esconde ou pega-pega, ou pula corda e amarelinha, não tinha brincadeiras favoritas, e sim divertidas... Se eu pudesse reviver esses momentos de criança, você acha que eu não viveria? Viveria sim, tudo outra vez, viveria até meus erros...
Sabe o que sinto saudades, de todos os dias, acordar com a voz da minha mãe, e pegar minha coberta e meu travesseiro e deitar no sofá, e assistir meu desenho preferido, e depois de alguns minutos, escutar a minha amiga me chamando pelo meu nome e da minha irmã para sair para brincar.. Sinto saudades de acordar ás tarde, e dormir cedo, sem ter nenhuma preocupação. De ficar horas e horas decidindo com que brinquedo brincar, ou com qual lápis de cor pintar.
Mas acredito que neste momento pensando bem, sei que ainda existe um pedaço de uma criança dentro de mim, que o jeito de ser não foi embora ainda continua, os costumes, as escolhas. E a fantasia só irá embora, só quando deixamos de acreditar.

“Esse texto faz parte da blogagem coletiva promovida no Depois dos Quinze“